
Eu aqui na melancolia do meu canto, o sol lá fora convida a uma saída para a rua, mas prefiro ficar no terraço a observar o mundo através dos meus olhos associado á análise feita pela minha mente… a tua presença é constante pois em cada gesto ou pensamento fugaz, o teu espectro aflora. Talvez seja da tua forma tão concreta e definida de veres os pequenos pormenores da vida… aos meus olhos és assim concreta e defendia, como a pedra cinzenta que vejo ao longe do meu terraço, como este ribeiro manso e sereno em sobressaltos, que não vejo mas adorava partilhar contigo…como estes pinheiros altos, será que são pinheiros! não sei mas ao longe parecem, que em verde e oiro se agitam, como aves que gritam em bebedeiras de azul…que representam a tela, a cor, o pincel, a base… mapa do mundo distante…caravela quinhentista… especiaria, passo de dança, do quadro que pinto através do olhar… como o cabo da boa esperança … pois quando um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança…
28/10/07 - 16.37h
Carrêlo, Nuno